"A agonia do escritor é repetir o sucesso no próximo livro"

Publicação em Portugal do segundo volume das Crónicas de Harry Clifton foi pretexto para a entrevista a Jeffrey Archer
Publicado a
Atualizado a

A negociação dos termos em que ia decorrer a entrevista com o escritor que já vendeu mais de 250 milhões de livros - acrescente-se a este número mais uns bons milhões em edições pirateadas principalmente na Índia - parecia mais uma convenção pré-nupcial. Não seria por acaso.

Afinal a vida de Jeffrey Archer tem episódios tão rocambolescos como algumas das suas personagens literárias, como é o caso das prisões por fraude e perjúrio. Por isso, Archer defende-se quanto aos limites da conversa, apesar de ser tão conhecido que é impossível apagar os momentos mais sombrios do seu percurso pessoal.

Não é por acaso que quando se diz a morada ao taxista este não demora mais do que um segundo a dizer: "Essa não é a morada da penthouse do Jeffrey?" Sim, respondo, porque o taxista tem assim tema de conversa para se distrair do absurdo trânsito londrino: "Ah, as mulheres dele!" Pergunta se temos tempo ou se é preciso acelerar, mas que nada pode fazer porque os autocarros - novos e horríveis de vulgares - instalam o caos devido à chuva que cai há duas horas em Londres.

Jeffrey Archer aceitou dar a entrevista na condição de se falar principalmente da sua obra e do mais recente livro que foi editado em Portugal, o segundo volume de As Crónicas de Harry Clifton, intitulado Os Pecados do Pai. A coleção vai ter sete volumes e o sexto está pronto e vai ser publicado em língua inglesa no princípio do próximo ano. Depois, fica a faltar o derradeiro epílogo, que unirá todas as pontas soltas desta saga.

O autor diz que nunca pensou viver o tempo suficiente para acabar o sétimo volume, pois tinha-os começado aos 70 anos. No final da entrevista, confessará que não tem pressa em morrer porque além do epílogo para Harry Clifton quer terminar um volume de contos - "Doze, sempre doze histórias" - e um novo romance, uma espécie do seu best-seller de 1979, o livro Caim e Abel.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt